segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Revista Passo a passo Sebrae

Revista Passo-a-passo - SEBRAE - Maio/Junho de 2006 – ano XII n° 119
História e arte
Texto e fotos: Revista Passo a Passo Sebrae MG

Borra de café, palha de arroz, fibra de mandioca, resíduos que à primeira vista têm apenas a lata de lixo como destino, atualmente  ganham valor nas mãos de artesãos de Pouso Alegre, localizada a 380 Km de Belo Horizonte, no sul de Minas Gerais. Com muita criatividade, eles aproveitam a matéria-prima gerada na própria região para a confecção de objetos decorativos como mandalas, gamelas, bonecas e quadros. E a inspiração também vem da cultura local: as tradicionais lavadeiras da época da fundação da cidade e os aventureiros em busca de riquezas, que pernoitavam no município e deram origem ao seu nome, são exemplos de personagens retratados nos produtos. Uma forma de conferir identidade aos artigos e valorizar o trabalho dos artesãos, hoje procurados por pessoas de todo país.
Mas nem sempre foi assim. Até o inicio do ano passado, as peças desenvolvidas na cidade eram absolutamente comuns – Biscuit, crochês, bordados, bijuterias. O diferencial apareceu após a execução do Programa Sebrae de Artesanato ( PSA), que envolveu  34 artesãos de Pouso Alegre, a maioria deles representantes de cooperativas e associações da região. “O trabalho ganhou um novo conceito e surpreendeu até a comunidade local. É algo totalmente diferente e, em termos econômicos, abriu novos mercados para os profissionais”, comenta a técnica do SEBRAE na microrregião de Pouso Alegre, Tatá Beraldo. O projeto, segundo ela durou cerca de um ano e consumiu 270 horas de treinamento, envolvendo aspectos ligados à gestão, comercialização, comportamento, design, cooperativismo e associativismo.
A artesã Cilene Lopes juntamente com a sua filha Luana, participou do PSA e experimentou uma grande mudança profissional, incluindo o aumento de sua renda. Há quatro anos trabalhando com artesanato, mas com ganhos muito pequenos. “Quando participamos de feiras, conseguimos ganhar mais. Quem soube aproveitar o aprendizado do SEBRAE está indo muito bem” garante. Para ela, o suporte da instituição foi fundamental para o aperfeiçoamento do trabalho os artesãos e principalmente para pesquisa e resgate da cultura e da história da cidade. “ Agora conseguimos explorar isso, o que valorizou demais os produtos”, destaca Cilene, que fabrica bonecas utilizando resíduos como a borra de café e palha de arroz
A coordenadora estadual do PSA, Sabrina Albuquerque, acrescenta que a utilização das fibras naturais contribui para reduzir os custos do artesão. “ Havia desperdício de matérias-primas e agora os artistas aproveitam essas sobras que estão disponíveis na região, com custo mais acessível e tornando os produtos mais competitivos” observa Sabrina, lembrando eu a iniciativa também ajuda a preservar o meio ambiente. No início do ano passado, os artesãos organizaram uma mostra com as novas coleções e, a partir daí, ganharam visibilidade nacional. (...).


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